No início do ministério de Jesus, José, seu pai adotivo, já havia provavelmente falecido. Uma vez que a média da expectativa de vida era baixa e os acidentes ocupacionais eram muitos, essa conclusão parece ser bastante normal. Talvez a morte de José possa ter sido algo recente; aqueles que conheciam Jesus também conheciam José, ou pelo menos sabiam dele (João 1:45; 6:42).

Esta tradição é fortalecida pelo fato de que Lucas registra um evento da vida de José quando Jesus tinha doze anos, mas não menciona mais sobre ele como uma pessoa viva (Lucas 2:43-48). Marcos, que registrou eventos da vida de Jesus apenas depois do seu batismo não menciona nada sobre José. Aqueles que conheciam a família de Jesus eram familiarizados com sua mãe, com seus irmãos e irmãs, mas não parecem ter tido muito contato com seu pai, exceto pelo fato de reconhecerem sua profissão (João 7:3, 5; Atos 1:14; Mateus 13:55 e Marcos 6:3). Baseado nestas melhores evidências textuais, os meio irmãos de Jesus eram chamados Tiago (Yakob ou Jacó em Hebraico), José (Joses) Simão e Judá, indicando que José e Maria deram o nome de José a um de seus filhos.

O Novo Testamento preserva duas referências sobre a ocupação de José, ambas chamando-o de tekt?n (ver Mateus 13:55; Marcos 6:3). Tekt?n tem sido interpretado de várias maneiras desde a época do Novo Testamento, incluindo termos aceitáveis como “carpinteiro” ou “construtor”. José e Jesus podem ter sido construtores de móveis para casa ou ter trabalhado em construções de casa, especificamente com madeiras. Outras tradições descrevem sua profissão como “construtor de arados e jugos” para bois (Didache 88:8). Uma outra tradição prefere interpretar a palavra carpinteiro como construtor de casas (Evangelho de Tiago 9:3). Alguns estudiosos modernos dizem que tekt?n pode significar pedreiro. Em uma pequena vila como Nazaré, podemos esperar que Jesus e José tenham usado seus talentos de várias maneiras, incluindo trabalhar com madeira e pedras.

Artes Cristãs tem geralmente colocado José como uma pessoa mais velha, algumas vezes significantemente mais velho, que Maria. Esta tradição parece ter raiz em um trabalho apócrifo do final do segundo século conhecido como Protoevangelho de Tiago 9.2, o qual relata que José já era um homem em idade avançada quando casou com Maria. De acordo com a lenda, José já havia criado uma família em sua juventude, e após perder a sua primeira esposa, ele decidiu casar uma mulher mais nova sob os votos Nazaritas. Essa lenda foi amplamente conhecida entre os líderes da igreja do segundo e terceiro séculos, com referencias sobre o assunto sendo feitas por Origen, Clemente de Alexandria e Justin. Os detalhes desta história não podem, entretanto, serem verificadas em caráter histórico; ainda assim sua influência pode ser sentida nas artes Cristãs atuais.