Os Evangelhos provêem um depoimento detalhado das últimas vinte e quatro horas de Jesus, incluindo sua execução (ver Mateus 26-27, Marcos 14-15, Lucas 22-23 e João 18-20). Estudiosos praticamente entram em acordo em suas interpretações que os Evangelho Sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas), indicam que um pelotão Romano de execução matou Jesus na época da Pascoa em Jerusalém, em alguma época por volta de 30 D.C. Entretanto, os autores dos Evangelhos enfatizam uma conspiração para aprisionar Jesus que incluíam alguns líderes Judeus em Jerusalém (Mateus 26:3-4); por fim, um dos próprios discípulos de Jesus, Judas Iscariotes (ver Mateus 26:14-16); e Pôncio Pilates, governador romano. O Novo Testamento contem referencias adicionais aos envolvimentos de Pilates (ver Atos 3:13; 4:27; 13:28 e 1 Timóteo 6:13).

Começando com seu aprisionamento no Getsemane, os Evangelhos falam como Jesus foi passado para vários partidos e finalmente entregue para aqueles que o entregaram fisicamente para a morte.

Da metade da Idade Media, Cristãos Europeus, agora virtualmente cem por cento não judeus, começaram a endiabrar todos os Judeus, do passado e do presente, pela morte de Jesus ao focarem em poucas passagens em particular no Novo Testamento que eles lêem como anti-Judeus, para não dizer anti-semitico. Estes interpretadores aparentemente esqueceram que Jesus era um Judeu assim como todos os seus discípulos. O texto do Novo Testamento, diferentes dos retratos e do cinema, revela uma responsabilidade complexa para Jesus por seu próprio povo e sua missão; alguns acreditavam que ele era o Messias a tanto tempo prometido, outros o aceitavam como um homem santo, um profeta, curador e mestre. Alguns eram ambivalentes às suas mensagens e poucos eram abertamente hostis. Entretanto, esse grupo pequeno, embora poderoso, estava frequentemente com medo do “povo” (Mateus 26:5), sugerindo que os Judeus vivendo na Palestina eram, pelo menos, simpatizantes por Jesus. Outros Judeus, vivendo na bacia do Mediterrâneo e no Oeste Próximo, obviamente tinham pouco conhecimento, se tinham algum, de suas atividades e dos eventos a cerca de seu aprisionamento e execução até bem depois dos eventos.

Parece que nenhum grupo ou pessoa foi solene e completamente responsável pela morte de Jesus, mas que muitos indivíduos e vários grupos estava envolvidos neste terrível evento no fatídico Passover (páscoa), que terminou com a crucificação cruel de Jesus de Nazaré.

“Após a entrada messiânica em Jerusalém pouco antes do Pesah em 30 D.C., ele foi aprisionado como um revolucionário em potencial e executado (pela crucificação) por ordem do Procurador de Roma, Poncio Pilatos, provavelmente por investigação dos círculos Judeus que temiam as reações romanas às agitações messiânicas” (R. J. Zwi Weblowsky and Geoffrey Widoder, eds. , The Oxford Dictionary of the Jewish Religion (New York: Oxford University Press, 1997), p. 368).

“É de algum modo presumido que mesmo que ‘os Judeus’ tenham matado Jesus (como descrito no evangelho de João), isso deve ter sido uma coisa boa, uma vez que isso tenha levado à ressurreição. Mas mesmo que qualquer efeito seja bom ou ruim, a responsabilidade pelas causas da crucificação precisa ser avaliada honestamente. Mais ainda, possam os Católicos II Pós-Vaticanos e os Protestantes liberais entender ‘os Judeus’ no contexto ‘todos nós’. Como veremos abaixo, há uma verdade profunda na interpretação da responsabilidade corporativa, mas ela jamais pode desculpar encarnar uma responsabilidade tão universal em qualquer grupo especifico, e certamente não nos ‘Judeus’” (John Dominic Crossan, Professor emérito da Universidade DePaul, um membro fundador do Seminário Jesus).