Marcus é um membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (inadvertidamente chamado por amigos de outras religiões de a “Igreja Mórmon”). Ao enfrentar adversidades quando adolescente, ele agora compartilha sua história de cura. Marcus participou de uma filmagem para um comercial de alcance nacional e viajou para a América do Sul.

Todo mundo tem desafios. Não importa de onde viemos, qual é nossa religião, quanto dinheiro temos, ou nosso status social. Nada neste mundo pode fazer com que uma pessoa seja imune às dificuldades da vida.

Alguns dos maiores desafios que enfrentei na minha vida aconteceram prematuramente. Aos 12 anos eu fui diagnosticado com uma doença hereditária que fez com que meu corpo não produzisse uma substância química chamada serotonina na quantidade adequada. Uma depressão crônica foi o resultado da falta dessa substancia no meu corpo. Fui então diagnosticado com ansiedade social grave e tive que abandonar a escola. Meus pais se divorciaram quando eu tinha 15 anos e aos 17 anos de idade, minha mãe parou de falar comigo. As últimas palavras que ela me dirigiu foram: “Eu não quero mais ter nada a ver com você”, antes que ela se mudasse sem me dizer para onde ia.

Entre os 12 e 18 anos de idade minha vida era uma bagunça. Nosso médico de família disse que o divórcio dos meus pais me destruiria e os inúmeros psiquiatras que visitei desistiram de mim. Na maioria das vezes eu queria ficar sozinho no meu quarto. Eu me senti como se fosse um fardo para todos os outros e que minha presença não era desejada por ninguém. Quando minha mãe foi embora, eu me tranquei no meu quarto e chorei por três dias. Mesmo que isso pareça tão triste, era nessas horas que meu relacionamento com Deus e minha fé na Expiação de Jesus Cristo cresceram e se fortaleceram.

 

Olhando para trás nesse período difícil da minha vida, percebo agora que eu não fui até Jesus Cristo para obter ajuda. Foi o Senhor que veio até mim para me ajudar. Como diz no livro de João, capítulo três, versículos 16 e 17:

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo através Dele”.

A Expiação de Jesus Cristo não se aplica apenas a salvação da minha alma, a expiação também se aplica a minha vida a cada momento. Eu precisava, mais do que nunca, de alguém para me salvar e foi por meio da Expiação, do amor do meu Salvador, que encontrei minha salvação. Em um momento que parecia que o mundo estava contra mim, eu senti dentro de mim e sabia da verdade de que mesmo que se o mundo inteiro me desprezasse o Senhor veio a este mundo com o único propósito de me ajudar.

De alguma forma, através das trevas da minha depressão e apesar da inexperiência da minha juventude, eu era capaz de me sentir inspirado e fortalecido. Orei a Deus regularmente e implorei por ajuda. Parecia que quanto mais eu falava com o Senhor, mais forte eu me sentia. A paz e o conforto que recebi começaram a me curar e depois de alguns anos, eu fui capaz de suspender a minha medicação.

Quando minha mãe me deixou eu chorei, mas também orei. Eu disse ao Senhor como estava me sentindo sozinho e triste. Parecia que um pedaço de mim tinha sido removido e agora eu tinha um buraco na minha alma. Foi então que eu senti que deveria procurar conforto nas escrituras. Como membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (frequentemente confundida como a “Igreja Mórmon”) eu comecei a ler o Livro de Mórmon, que é um antigo registro de Sagradas Escrituras que testemunham de Jesus Cristo. Quando comecei a lê-lo, encontrei uma escritura que eu já havia lido várias vezes, mas constantemente ignorado. Em 1 Néfi, capítulo 21, versículo 15 diz:

“Pois pode uma mulher esquecer o filho que está amamentando e deixar de sentir compaixão do filho de suas entranhas? Sim, pode esquecer; eu, porém, não te esquecerei, ó casa de Israel”.

Embora eu estivesse magoado, eu sabia que o Senhor Jesus Cristo sempre me amaria e se lembraria de mim. Naquele momento, a cura começou a acontecer e eu nunca me senti sozinho desde então.

Todos nós sofremos e sentimos dor e angustia durante nossa vida. Às vezes podemos nos sentir tão sobrecarregados que não parece haver nenhuma saída daquele poço de desespero. É então que a expiação pode servir como uma escada para sairmos do poço escuro e encontrar a luz do dia, e é o Salvador que estende essa escada para nós. Devemos nos empenhar para encontra-la, mas sei que vale a pena o esforço e sou muito grato que eu tenha escolhido subir essa escada.