Frequentemente existe uma sutil tensão entre a idéia de Jesus como um modelo de perfeição física e mental e a idéia expressada em Isaias de que “olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos” (Isaias 53:2). Esta passagem levanta algumas questões intrigantes. O que Isaías quis dizer quando falou que o Messias mortal não teria “boa aparência?”. Devemos considerar que o Jesus mortal pode ter tido uma aparência que fosse diferente do Senhor fisicamente perfeito e ressuscitado?
No passar dos anos, a deidade tem sido retratada como a manifestação direta de visão de perfeição física e mental de uma determinada cultura. A visão de artistas ocidentais de Cristo é, portanto, geralmente baseada em suas próprias culturas e sua própria sociedade e não na cultura e sociedade da Palestina Judaica do primeiro século. Uma imagem padrão de Jesus foi criada pela cultura ocidental no fim da idade media, e embora todas as sociedades modifiquem um pouco essa imagem, a representação básica permanece de certa forma constante desde então. Certamente, essas imagens são baseadas em descrições de artistas que não o conheceram de experiências pessoais para saber como Jesus parecia, nem tiveram acesso a uma descrição autentica por escrito feita por alguém o que o tivesse conhecido.
As pessoas na antiguidade eram geralmente suscetíveis a doenças, não tinha tratamento dentário adequado e não tinham as mesmas oportunidades de higiene pessoal que a maioria das pessoas ocidentais tem e esperam ter, como o xampu, por exemplo. Devido as restrições diretas, as pessoas eram geralmente menores do que as que vivem atualmente. Além do mais, Jesus era um judeu que viveu no Oriente Médio mais de dois mil anos atrás. Ele falava uma língua diferente e vivia em uma cultura que em muitas maneiras eram completamente diferentes das nossas culturas atuais. Ele tinha um acesso limitado a culinária – uma falta não apenas na variedade dos alimentos, mas também de qualidade e quantidade (como carne fresca). É bem provável que ele não tinha os padrões atuais de trocar de roupa diariamente, usando sempre roupas mais limpas. E seus hábitos de banho, baseado na própria cultura, certamente não foram como as nossas sessões atuais de limpeza. Seu acesso à tratamentos médicos e dentários eram limitados, comparado aos nossos padrões, e como a maioria dos seus conterrâneos de Nazaré e Cafernaum, ele raramente tinha as vantagens sanitárias que os Romanos tinham, e que podia ser encontrado em Jerusalém ou nas grandes cidades do império. Talvez ele fosse relativamente pequeno, comparado com muitos homens hoje em dia, tivesse a face em forma de uma oliva, características angulares, sobrancelhas proeminentes, olhos castanhos, cabelos castanhos ou negros, e uma barba negra ou castanha, embora possam ter tido alguns judeus na antiguidade com genes recessivos de olhos azuis e cabelos ruivos.