Alguns dos materiais conectados com os livros do Novo Testamento nas edições atuais da Bíblia não eram partes dos seus autógrafos, ou composições originais, feitas pelos autores. Ao contrário, esses materiais são traduções das adições e comentários e possuem títulos, subscrições e glossários.

Quando os escritos do Novo Testamento começaram a ser reunidos e copiados em grupos – tais como um codex dos quatro Evangelhos ou a coleção de cartas de Paulo – ou quando uma variedade de evangelhos começou a ser disponibilizado para uma congregação única, começou a ser necessário a identificar os livros por títulos. Esses títulos foram escritos como uma subscrição acima do começo de cada texto sendo copiado. Para os quatro Evangelhos, sendo todos internamente anônimos, sendo que nenhum deles contém nome explicito de seus autores nos textos, esses títulos representam antigas tradições Cristãs de quem escreveu o Evangelho. Uma vez que eles vieram a ser interpretados como versões diferentes ou entendimentos diferentes do mesmo Evangelho, cada um foi intitulado simplesmente de “O Evangelho Segundo…”, com cada indivíduo evangelista escrevendo um Evangelho de Jesus Cristo e com uma tradução sendo efetuada posteriormente com a designação de distinguir quem é o autor. A Tradução de Joseph Smith intitulou novamente dois dos evangelhos, o de Mateus e de João, para “Os Testemunhos de”. Os títulos adicionados às epístolas eram bastante simples “Para os Romanos” (pros R?maious). Os endereçados, e mais tarde os autores, pois esses títulos geralmente podiam ser derivados diretamente das referências nos textos ou das próprias cartas; entretanto, em alguns casos, tais como em Hebreus, o título “Para os Hebreus” e a atribuição a Paulo teve que ser deduzida do conteúdo geral e por tradição.

Embora os termos “subtítulos” e “subscritos” algumas vezes sejam usados como sinônimos, um subtítulo era tecnicamente um sumário formal do conteúdo ou uma adição feita pelo próprio autor, usado para verificar a carta, o corpo do qual foi escrito por um escrevente. Um exemplo disto é 2 Tessalonicenses 3: 17, onde Paulo escreveu: “Saudação da minha própria mão, de mim, Paulo, que é o sinal em todas as epístolas; assim escrevo”. Um subscrito, por outro lado, foi adicionado por alguém fazendo a cópia depois de o texto ter sido copiado. As primeiras subscrições simplesmente indicavam o fim do livro mas levava ao registro, de forma crescente, informação tradicional sobre onde se pensa que o livro foi escrito e quem foi o escrevente ou quem foi que entregou a carta. Devido ao aparecimento destes ter sido apenas no quarto século e geralmente eram somente a opinião dos escreventes, algumas vezes eles parecem estar errados. Por exemplo, a subscrição de 1 Tessalonicenses diz: “A primeira epístola para os Tessalonicenses foi escrita de Atenas”.

Tessalonicenses 3:1-6, juntamente com Atos 18:1-5, esclarecem que Paulo escreveu as cartas de Corinto, após ter deixado Atenas e quando Timóteo havia vindo a Corinto com novas sobre a igreja em Tessalonica.

Glossários são breves explanações de palavras e frases que copistas escreveram nas margens ou entre as linhas dos manuscritos. Longas explicações interpretativas são chamadas de scholia. Exemplos de glossários incluem sinônimos para palavras difíceis que um copista não achava que seus leitores entenderiam, bem como frases esclarecendo uma palavra em particular. Embora a scholia fosse geralmente mantida separada do texto em si, copistas subseqüentes as vezes incluíam os glossários dentro do próprio texto. Como resultado disto, alguns manuscritos de Marcos 3:14 seguem “E ele ordenou doze” com a frase explanatória “o qual ele também chamou de apóstolos”, que é provavelmente um glossário emprestado de Lucas 6:13 para esclarecer exatamente quem esses doze homens eram. Um longo glossário feito em muitas bíblias em inglês é João 5:4, “Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro ali descia,…”, sobre um anjo que agitou as águas do Tanque de Betesda, o qual não aparece em muitos manuscritos e que pode ter sido uma explanação escriba.