Como demonstrado antes em relação a outro particular, o Pai participou da obra da criação através do Filho, que assim se tornou o executivo pelo qual foi efetuada a vontade, mandamento ou palavra do Pai. É absolutamente apropriado, portanto, que o Filho, Jesus Cristo, seja designado pelo apóstolo João como o Verbo; ou, como declarado pelo Pai “a palavra de meu poder” (Ver João 1:1; Pérola de Grande Valor: Moisés 1:32). O papel de Jesus Cristo na criação, papel tão preeminente que justifica que o chamemos de Criador, é narrado em muitas Escrituras. O autor da Epístola aos Hebreus refere-se distintamente ao Pai e ao Filho como seres separados, embora associados: ” Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a  nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho. A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo” (Hebreus 1:1-2; ver também I Coríntios 8:6). Paulo é ainda mais explícito em sua carta aos Colossenses, na qual, falando sobre Jesus, o Filho, diz: “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Colossenses 1:16-17). E seja repetido aqui o testemunho de João, de que, pelo Verbo que estava com Deus, e que era Deus desde o início, todas as coisas foram feitas; “e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:1-3).

Que o Cristo, que deveria vir, era na realidade Deus, o Criador, foi revelado claramente aos profetas no hemisfério ocidental. Samuel, o lamanita convertido, na pregação aos nefitas descrentes, justificou seu testemunho, como segue: “E também para que saibais da vinda de Jesus Cristo, o Filho de Deus, o Pai do Céu e da Terra, o Criador de todas as coisas desde o princípio; e para que sabais dos sinais de sua vinda e para que acrediteis em seu nome” (Helamã 14:12, ver também Mosias 3:8; 4:2; Alma 11:39).

A essas citações da Escritura antiga pode, muito apropriadamente, ser adicionado o testemunho pessoal do Salvador Jesus, depois de se tornar um ser ressuscitado. Em Sua visita aos nefitas, proclamou: “Eis que sou Jesus Cristo, o Filho de Deus. Eu criei os céus, a Terra e todas as coisas que neles há. Eu estava com o Pai desde o princípio. Estou no Pai e o Pai está em mim, e em mim o Pai glorificou seu nome” (3 Néfi 9:15). Para os nefitas, que não compreenderam a relação entre o Evangelho a eles declarado pelo Senhor Ressurreto, e a lei mosaica, que mantinham tradicionalmente em vigor, e que se maravilharam por Ele dizer que as coisas antigas haviam passado, explicou: “Eis que eu sou aquele que deu a lei e eu sou aquele que fez convênio com meu povo, Israel; portanto a lei se cumpre em mim, porque eu vim para cumprir a lei; conseqüentemente, ela tem um fim” (3 Néfi 15:4-5).

Em revelação na presente ou última Dispensação, a voz de Jesus Cristo, o Criador do céu e da Terra, foi novamente ouvida: “Escutai, ó povo de minha igreja, a quem foi dado o reino; atentai e daí ouvidos àquele que estabeleceu os fundamentos da Terra, que fez os céus e todas as suas hostes, e por quem foram feitas todas as coisas que vivem, se movem, e têm seu ser” (Doutrina e Convênios 45:1). E novamente: “Eis que eu sou Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo, que criou os céus e a Terra, uma luz que não pode ser escondida nas trevas” (Doutrina e Convênios 14:9; 29:1, 31; 76:24).