A palavra grega apokrypha significa “escritos ocultos”. Clemente de Alexandria usou essa palavra em seu sentido literal (Stromateis 1.13.69.9). Mas, na maior parte, antigos autores Cristãos usaram o termo para se referir aos escritos dos seus oponentes, os quais consideravam espúrios. Clemente disse que seus oponentes “derivavam suas doutrinas de trabalhos apócrifas… onde eles pegam o som de uma doutrina e perversamente eles a aplicam erroneamente” (Stromateis 4.29). Irineu descreve “escritos apócrifas” aos textos escritos por seus oponentes “que são ignorantes nas escrituras da verdade” (Contra a Heresia, 1.20.1). Tertuliano recusou a reconhecer os ensinamentos do Pastor de Hermas porque ele não “encontrava um lugar no cânone divino” e “havia sido julgado espiritualmente por todos os conselhos das Igrejas… entre os (escritos) falsos e apócrifas” (On Modesty 10.6). a frase Novo Testamento Apócrifa não foi usada na antiguidade. Na realidade, é um título moderno referindo a uma grande variedade de textos Cristãos que não foram inclusos no cânone do Novo Testamento.

Na maior parte, estudiosos seguem as três categorias do Novo Testamento apócrifas usadas por Wilhelm Schneemelcher: 1 – Evangelhos, os quais incluem materiais não bíblicos sobre a vida de Jesus; 2 – escritos relacionado aos apóstolos; 3 – apocalipses e assuntos relacionados. Alguns dos evangelhos apócrifas, tais como os Evangelhos dos Nazarenos e Os Evangelhos dos Ebionitas são conhecidos hoje apenas por que autores Cristãos antigos citaram-nos em seus escritos. Alguns, como o Evangelho de Tomé e Evangelho de Judas, foram mencionados em fontes antigas, mas foram descobertos apenas recentemente. Alguns textos, tais como Os Atos de Tomé, foram usados tanto pelos grupos ortodoxos quanto pelos heterodoxos.

Nos anos recentes, estudiosos reexaminaram o papel do Novo Testamento apócrifa para a compreensão do antigo Cristianismo. As visões mais tradicionais foram para estudá-los para determinar em que luz eles derramaram para o desenvolvimento da Igreja Cristã, com atenção particular para como eles se comparam com os textos que mais tarde foram canonizados. Entretanto, uma tendência crescente é estudar esses textos em seu próprio direito e deixa-los falar independentemente sobre a diversidade de expressões referentes ao que significa ser um Cristão na antiguidade.

“Cerca de uma dezena de evangelhos não canônicos eram conhecidos no segundo século… a evidência desses escritos apócrifas comparam bem com as evidências para os evangelhos canônicos. As atestações não suportam a distinção entre os evangelhos canônicos e apócrifas. Escritos de ambas as categorias foram usados e são referidos […] pelos mesmos escritores” Helmut Koester é professor da Divindade do Centro de PEsqisa John H. Morrison e professor Win de Pesquisa de Historia Eclesiástica da Faculdade Divinity de Harvard.

Helmut Koester, “Evangelhos Canônicos e Apócrifas”, Revisão Teológica de Harvard, 73, (1980): 110

“O valor é extraído de esforços para entender a literatura apócrifa é dividida em dois: primeiro, uma vez que entendemos a situação de composição de um texto apócrifa, podemos então acertar seu potencial de preservar o credito de informações sobre Jesus ou a Igreja que ele fundou. Segundo, uma vez que entendemos como os documentos impactavam as comunidades Cristãs, podemos começar a discernir os desenvolvimentos históricos da apostasia dentro dessas comunidades”. Thomas Wayment é um Professor Associado de Escrituras Antigas da Universidade Brigham Young.

Thomas A. Wayment, “Falsos Evangelhos: Uma Aproximação para Estudar o Novo Testamento Apócrifa”, em Como o Novo Testamento Apareceu (ed. Kent P. Jackson e Frank F. Judd, Jr.; Salt Lake City: Deseret Book, 2006), 294.