Antes de o homem ser colocado na Terra – desconhecemos quanto tempo antes – Cristo e Satanás, juntamente com hostes de filhos espirituais de Deus, existiram como indivíduos inteligentes, que possuíam o poder e a oportunidade de optar pelo rumo que tomariam, e os líderes que iriam seguir e a quem obedecer (ver Nota 1). Nesse grande conselho de inteligências espirituais, foi apresentado, e indubitavelmente discutido o plano do Pai, segundo o qual Seus Filhos avançariam para o segundo estado. A oportunidade assim colocada ao alcance dos espíritos, que teriam o privilégio de vir à Terra e nela receber corpos, era tão transcendentalmente gloriosa, que aquelas multidões celestiais romperam em cânticos e clamaram de júbilo (Jó 38:7).

O plano de compulsão de Satanás, pelo qual todos seriam conduzidos em segurança através da mortalidade, destituídos da liberdade de ação e do direito de escolha, tão limitados, que seriam compelidos a fazer o certo – de maneira que nenhuma alma fosse perdida – foi rejeitado; e a humilde oferta de Jesus, o Primogênito – para assumir a mortalidade e viver entre os homens como Exemplo e Mestre, respeitando a santidade do arbítrio do homem, mas ensinando-o a usar sabiamente essa divina herança – foi aceito. Essa decisão provocou uma guerra, que resultou na derrota de Satanás e seus anjos, que foram expulsos e destituídos dos ilimitados privilégios decorrentes do estado mortal, ou segundo estado.

Naquele augusto conselho dos anjos e dos Deuses, o Ser que mais tarde nasceu na carne como Jesus, o filho de Maria, teve atuação destacada, e ali mesmo foi ordenado pelo Pai para ser o Salvador da humanidade. Quanto ao tempo, usando-se o termo no sentido de toda a duração passada, é esta a nossa primeira referência ao Primogênito entre os filhos de Deus; para nós que a lemos, marca o início da história escrita de Jesus, o Cristo (ver Nota 2).

As escrituras do Velho Testamento, conquanto abundantes em promessas relativas ao advento de Cristo na carne, são menos taxativas quanto às informações concernentes à Sua existência pré-mortal. Os filhos de Israel, que viviam sob a lei e não estavam preparados para receber o Evangelho, esperavam que o Messias fosse alguém nascido da linhagem de Abraão e Davi, com poderes para livrá-los de seus fardos pessoais e nacionais, e para vencer seus inimigos. A condição do Messias como filho escolhido de Deus, que estava com o Pai desde o princípio, um Ser com força e glória preexistentes, foi pelo povo em geral; e embora a grande verdade tenha sido revelada (Salmos 25:14; Amós 3:7) aos profetas especialmente comissionados com a autoridade e privilégios do Santo Sacerdócio, eles a transmitiram ao povo em linguagem simbólica e por parábolas, ao invés de fazê-lo de maneira simples e direta. Não obstante o testemunho dos evangelistas e dos apóstolos, a confirmação do próprio Cristo enquanto na carne e as revelações que nos foram dadas na presente dispensação fornecem-nos suficientes provas escriturísticas.

Nas linhas iniciais do Evangelho escrito pelo apóstolo João, lemos: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez… E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1:1-3; 14; ver também I João 1:1; 5:7, Apocalipse 19:13; comparar com Doutrina e Convênios 93:1-17, 21).

A passagem é simples, precisa e inequívoca. Podemos, com boas razões, dar à expressão “No Princípio” o mesmo significado que lhe é dado nas primeiras linhas do Gênesis, e isso pode significar um tempo anterior às primeiras etapas da existência humana sobre a Terra. Que o Verbo é Jesus Cristo, que estava com o Pai naquele princípio, achando-Se investido de poderes e posição divina, e que veio ao mundo e habitou entre os homens, são verdades afirmadas de maneira definitiva. Essas declarações são corroboradas por um revelação dada a Moisés, na qual lhe foi permitido ver muitas das criações de Deus, e ouvir a voz do Pai a respeito das coisas que haviam sido feitas: “E pela palavra de meu poder criei-as, a qual é meu Filho Unigênito que é cheio de graça e verdade.” (Pérola de Grande Valor, Moisés 1:32, 33; ver também 2:5).

O apóstolo João afirma repetidamente a preexistência do Cristo, bem como o fato de Sua autoridade e poder no estado pré-mortal (I João 1:1-3; 2:13-14, 4:9; Apocalipse 3:14). Paulo (II Timóteo 1:9, 10; Romanos 16:25; Efésios 1:4; 3:9, 11; Tito 1:2. Ver especialmente Romanos 3:25 e notar a tradução marginal – “preordenado” – modificando a passagem para: “Ao qual Deus preordenou para propiciação.”) e Pedro dão o mesmo testemunho. Ao instruir os santos sobre as bases da fé, Pedro afirmou-lhes que a sua redenção não poderia ser garantida através de coisas corruptíveis, ou pela observância exterior de requisitos tradicionais. “Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, , o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós.” (I Pedro 1:19-20).

Ainda mais impressionantes e convincentes são os testemunhos pessoais do Salvador quanto à Sua própria vida na preexistência, e à missão entre os homens, para qual havia sido designado. Nenhuma pessoa que aceite Jesus como Messias, pode, consistentemente rejeitar estas evidências de Sua natureza eterna. Certa ocasião, quando os judeus discutiam entre si na sinagoga, e murmuravam por não poderem compreender a doutrina de Cristo concernente a si próprio, especialmente no tocante à Sua relação com o Pai, Jesus lhes disse:”Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” E depois, continuando a lição baseada no contraste entre o maná que alimentara seus pais no deserto, e o pão da vida que Ele oferecia, acrescentou: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu”, e novamente declarou: “… o Pai, que vive, me enviou.” Não foram poucos os discípulos incapazes de compreender Seus ensinamentos; e seus protestos provocaram estas palavras: “Isto escandaliza-vos? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do Homem para onde primeiro estava?” (João 6:38, 51, 57, 61, 62).

A certos judeus iníquos, envoltos no manto do orgulho racial, e que se jactavam de sua descendência através da linhagem de Abraão, tentando desculpar seus próprios pecados com o uso injustificado do nome do grande patriarca, nosso Senhor assim proclamou Sua própria preeminência: “Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse Eu sou.” (João 8:58; ver também 17:5, 24; comparar com Êxodo 3:14). O significado mais amplo deste comentário será discutido adiante; é suficiente, no momento, que se considere esta escritura como uma franca admissão da precedência e supremacia do Senhor sobre Abraão. Mas como o nascimento de Abraão precedeu o de Cristo por mais de dezenove séculos, tal prioridade deve referir-se a uma existência anterior ao estado mortal.

Ao se aproximar a hora da traição, na Sua última entrevista com os apóstolos, antes da angustiante experiência em Getsêmani, Jesus confortou-os, dizendo: “Pois o mesmo Pai vos ama…; …outra vez deixo o mundo, e vou para o Pai.” (João 16:27, 28; ver também 13:3). Ademais, na oração por aqueles que haviam sido fiéis aos seus testemunhos da função messiânica de Jesus, Ele dirigiu-se ao Pai com esta invocação solene: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.” (João 17:3-5, ver também versículos 24 e 25).

As Escrituras do Livro de Mórmon são igualmente explícitas quanto às provas da preexistência de Cristo e da pré-designação de sua tarefa. Somente uma das muitas evidências ali encontradas será citada aqui. Um profeta antigo, designado nos registros como “o irmão de Jarede”( ver nota 3), certa vez demandou com o Senhor em súplica especial: “E o Senhor disse-lhe: Crês nas palavras que eu direi? E ele respondeu: Sim, Senhor, eu sei que falas a verdade, porque és um Deus da verdade e não podes mentir. E quando disse estas palavras, eis que o Senhor se mostrou a ele e disse: Por saberes estas coisas, ficas redimido da queda; portanto és conduzido de volta a minha presença; portanto, mostro-me a ti. Eis que eu sou aquele que foi preparado desde a fundação do mundo para redimir meu povo. Eis que eu sou Jesus Cristo. Eu sou o Pai e o Filho. Em mim toda a humanidade terá vida e tê-la-á eternamente, sim, aqueles que crerem em meu nome; e eles tornar-se-ão meus filhos e minhas filhas. E nunca me mostrei ao homem que criei, porque nunca o homem creu em mim como tu creste. Vês que foste criado segundo minha própria imagem? Sim, todos os homens foram criados, no princípio, à minha própria imagem. Eis que este corpo que ora vês é o corpo do meu espírito; e o homem foi por mim criando segundo o corpo do meu espírito; e assim como te apareço em espírito, aparecerei a meu povo na carne.” (Livro de Mórmon, Éter 3:11-16. Ver também 1 Néfi 17:30; 19:7; 2 Néfi 9:5; 11:7; 25:12; 26:12; Mosias 3:5; 7:27; 13:34; 15:1; Alma 11:40; Helamã 14:12; 3 Néfi 9:15). Os fatos principais evidenciados por esta Escritura, e que têm relação direta com o assunto presente, são as manifestações do Cristo enquanto ainda no Seu estado pré-mortal, e a Sua declaração de que havia sido escolhido desde a fundação do mundo para ser o Redentor.

As revelações dadas através dos profetas de Deus na atual dispensação estão repletas de evidências sobre a designação e ordenação de Cristo no mundo pré-mortal; e todo o conteúdo das Escrituras encontradas em Doutrinas e Convênios pode ser chamado em testemunho. Os seguintes exemplos ilustram particularmente este ponto. Em maio de 1833, em uma comunicação a Joseph Smith, o Profeta, o Senhor declarou ser aquele que havia, em outros tempos, vindo do Pai para o mundo, e de quem João havia prestado testemunho como sendo o Verbo; e é reiterada a verdade solene de que Ele, Jesus Cristo, “era no princípio, antes de o mundo existir”, e mais, que Ele era o Redentor que “veio ao mundo porque o mundo foi feito por ele, e nele estava a vida dos homens e a luz dos homens.” Novamente, a Escritura refere-se a Ele como “Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade, …que veio e habitou na carne.” Na mesma revelação, o Senhor disse: “E agora, na verdade vos digo: “Eu estava no princípio com o Pai, e eu sou o Primogênito.” (Doutrina e Convênios 93:1-17,21). Numa ocasião anterior, como testifica o profeta moderno, ele e seu companheiro de sacerdócio foram iluminados pelo Espírito, de maneira que se tornaram capazes de ver e compreender as coisas de Deus – “Até as coisas que existiram desde o princípio, antes do mundo existir, as quais foram ordenadas pelo Pai, por meio do seu Filho Unigênito, que estava no seio do Pai desde o princípio; de quem testemunhamos; e o testemunho que prestamos é a plenitude do Evangelho de Jesus Cristo, que é o Filho, o qual vimos e com quem conversamos na visão celestial” (Doutrina e Convênios 76:13-14).

O testemunho das Escrituras dadas a ambos os hemisférios, tanto as antigas quanto as modernas; as inspiradas declarações dos profetas e apóstolos e as palavras do próprio Mestre são unânimes em proclamar a preexistência de Cristo e Sua ordenação para Salvador e Redentor da humanidade – no começo, sim, mesmo antes da fundação do mundo.

Nota 1 – Diferentes Níveis das Inteligências no Estado Pré-Mortal. – Uma revelação a Abraão mostra com grande clareza que os espíritos dos homens existiram como inteligências individuais, de vários graus de habilidade e poder antes de estabelecido o estado mortal na terra, e mesmo antes da criação do mundo como habitação adequada para os seres humanos: “Ora, o Senhor mostrara a mim, Abraão, as inteligências que foram organizadas antes de o mundo existir; e entre todas essas havia muitas nobres e grandes. E Deus viu que essas almas eram boas; e ele estava no meio delas e disse: A estes farei meus governantes; pois ele se encontrara entre aqueles que eram espíritos e viu que eles eram bons; e disse-me: Abraão, tu és um deles; foste escolhido antes de nasceres.” (Pérola de Grande Valor, Abraão 3:22-23).

Os versículos seguintes demonstram que tanto Cristo quanto Satanás estavam entre aquelas inteligências exaltadas, e que Cristo foi escolhido, enquanto Satanás foi rejeitado como futuro Salvador da humanidade: “E estava entre eles um que era semelhante a Deus, e ele disse aos que se achavam com ele: Desceremos, pois há espaço lá, e tomaremos destes materiais e faremos uma terra onde estes possam habitar; e assim os provaremos para ver se farão todas as coisas que o Senhor seu Deus lhes ordenar; e os que guardarem seu primeiro estado receberão um acréscimo; e os que não guardarem seu primeiro estado, não terão glória no mesmo reino que aqueles que guardarem seu primeiro estado; e os que guardarem o seu segundo estado terão um acréscimo de glória sobre sua cabeça para todo o sempre. E o Senhor disse: Quem enviarei? E um semelhante ao Filho do Homem, respondeu: Eis-me aqui, envia-me. E outro respondeu e disse: Eis-me aqui, envia-me. E o Senhor disse: Enviarei o primeiro. E o segundo irou-se e não guardou seu primeiro estado; e, naquele dia, muitos os seguiram.”(versículos 24-28).

Nota 2 – O Primeiro Conselho nos Céus – “É declarado de maneira definitiva no Livro de Gênesis que Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem conforme a nossa semelhança’. E novamente, depois que Adão havia tomado do fruto proibido, o Senhor afirmou: ‘Eis que o homem é como um de nós’; pelo que se conclui que houve deliberação conjunta sobre todo o trabalho relativo à criação do mundo, e, embora Deus tenha falado da maneira registrada na Bíblia, é evidente que Ele conferenciou com outros. As Escrituras nos dizem que há ‘muitos deuses e muitos senhores. Todavia para nós há um só Deus, o Pai’ (I Coríntios 8:5). E é por essa razão que, embora outros tenham estado envolvidos na criação dos mundos, o relato da Bíblia foi feito da forma que conhecemos, pois a plenitude dessas verdades só é revelada a pessoas altamente favorecidas, por certas razões conhecidas por Deus. As escrituras nos dizem que ‘O segredo do Senhor é para os que o temem; e ele lhes fará saber o seu concerto’ – Salmos 25:14.

“É razoável acreditar que nesse Conselho nos Céus, foi devidamente considerado o plano que deveria ser adotado em relação aos filhos de Deus, que até então eram espíritos, e ainda não tinham recebido tabernáculos. Pois, em vista da criação do mundo e da colocação do homem nele, onde lhe seria possível obter um tabernáculo, e nesse tabernáculo obedecer às leis da vida e com ele ser novamente exaltado entre Deuses ‘as estrelas da manhã juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam.’ Segundo nos é revelado, aí levantou-se a questão de como, e sobre que princípio deveria ser efetuada a salvação, exaltação e glória eterna dos filhos de Deus. É que depois de um debate total sobre esses princípios, e da declaração da vontade do Pai concernente aos seus desígnios, Lúcifer apresentou-se com um plano próprio, dizendo: ‘Eis-me aqui, manda-me e serei teu filho e redimirei a humanidade toda, de modo que nem uma só alma se perderá, e sem dúvida o farei; portanto dá-me tua honra.’ Mas Jesus, ouvindo a declaração de Lúcifer, disse: ‘Pai, faça-se a tua vontade e seja tua a glória para sempre.’ Pelas palavras do Filho bem-amado, podemos deduzir que durante a discussão desse assunto, o Pai havia manifestado Sua vontade, e apresentado Seus planos, e tudo o que o Primogênito desejava fazer era cumprir a vontade do Pai, a qual tudo indica, havia sido expressa anteriormente. Ele também desejava que a glória fosse dada a Deus, o Pai, que como arquiteto e criador do plano tinha direito a toda honra e glória. Mas Lúcifer desejava introduzir um plano contrário à vontade do Pai, reclamando para si a honra e disse: ‘Ele quis obrar contrariamente à vontade do Pai, e, presunçosamente, tentou despojar o homem do seu livre-arbítrio, tornando-o servo, e colocando-o numa tal posição, que lhe seria impossível obter aquela exaltação que, segundo os desígnios de Deus, deveria pertencer-lhes, através da obediência à lei que ele havia sugerido; e novamente Lúcifer desejava a honra e glória de seu Pai que lhe possibilitaria levar avante princípios contrários à sua vontade.” – John Taylor, Mediation and Atonement, PP. 93,94.

Nota 3 – Os Jareditas – “Das duas nações cujas histórias constituem o Livro de Mórmon a primeira em ordem cronológica é a do povo de Jarede, que segui seu líder desde a torre de Babel na época da confusão das línguas. Sua história foi escrita sobre vinte e quatro placas de ouro, por Éter, o último de seus profetas, que prevendo a destruição de seu povo por causa da iniqüidade, escondeu as placas históricas. Elas foram encontradas em 123 a.C., por uma expedição enviada pelo rei Lími, governante dos nefitas. O registro gravado sobre essas placas foi posteriormente resumido por Morôni, que o anexou ao Livro de Mórmon. Esse resumo aparece na tradução moderna sob o nome de Livro de Éter.

“O nome do primeiro e principal profeta dos jareditas não é mencionado no registro que possuímos; ele é conhecido apenas como o irmão de Jarede. Sobre o povo aprendemos que, em meio à confusão de Babel, Jarede e seu irmão pediram ao Senhor que os poupasse, juntamente com seus companheiros, da dispersão iminente. Suas orações foram atendidas e o Senhor os guiou, com um número considerável de pessoas que, como eles, não se haviam contaminado com a idolatria, para longe de seus lares, prometendo conduzi-los a uma terra escolhida sobre todas as outras. A rota de sua viagem não é dada com exatidão; somente sabemos que atravessaram o oceano e lá construíram oito embarcações, nas quais se fizeram ao mar. Esses barcos eram pequenos, e seu interior escuro; mas o Senhor fez com que algumas pedras se tornassem luminosas, as quais forneceram a claridade necessária aos viajantes. Depois de uma viagem de trezentos e quarenta e quatro dias, a colônia desembarcou numa praia do oeste da América do Norte provavelmente em um lugar ao sul do golfo da Califórnia, e ao norte do istmo do Panamá.

“Ali, a colônia transformou-se numa nação florescente mas, em conseqüência de dissensões internas, dividiu-se em grupos que lutaram entre si até que todo o povo fosse destruído. Essa destruição, que ocorreu perto da colina Ramá, mais tarde conhecida entre os nefitas como Cumora, deu-se, aproximadamente, na época do desembarque de Leí na América do Sul, 590 a.C.” – O autor, Regra de Fé, Cap.14.

James Talmage, Jesus, o Cristo