A 13ª Regra de Fé de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias declara:
“Cremos em ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos e em fazer o bem a todos os homens; na realidade, podemos dizer que seguimos a admoestação de Paulo: Cremos em todas as coisas, confiamos em todas as coisas, suportamos muitas coisas e esperamos ter a capacidade de tudo suportar. Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos”.
Qual é a esperança que tem se falado? O dicionário define esperança como sentimento que o que é desejado pode ser alcançado ou que os eventos aconteceram para o nosso melhor. Entretanto, em uma época onde parece haver tanto caos e confusão acontecendo no mundo, a ideia de poder haver qualquer esperança real pode parecer obscura. Indiferente de quão triste e sem esperança as coisas possam parecer a princípio, ainda há esperança e esta só pode ser encontrada em sua fonte verdadeira, o Senhor Jesus Cristo.
Em Salmos 33:18-19 estão registradas estas palavras: “Eis que os olhos do SENHOR estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia; para lhes livrar as almas da morte, e para os conservar vivos na fome”. Em Salmos 43:5, o salmista também nos tranquiliza: “Por que estás abatida, ó minha alma? E por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, o qual é a salvação da minha face e Deus meu”.
Muitas pessoas tem a tendência de colocar sua confiança e convicção em coisas muito frívolas tais como contas bancárias, carreiras, carros luxuosos, casas caras e coisas semelhantes, esperando que estas coisas materiais tragam alegria e felicidade duradoura, mas, com muita frequência, descobrem que o que tem é apenas uma falsa sensação de esperança que nunca traz qualquer satisfação verdadeira ou duradoura.
A admoestação dada pelo profeta Jeremias, conforme registrado em Jeremias 17:5-8 condiz com os dias de hoje:
“Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR! Porque será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.
Bendito o homem que confia no SENHOR, e cuja confiança é o SENHOR. Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto”.
Apenas a esperança que está alicerçada no Senhor Jesus Cristo é duradoura. Em meio a toda falta de esperança e desespero, e em tempos quando as noites parecem mais escuras, é esta esperança duradoura que sustem a pessoa e a dá paz e conforto tranquilizador. É esta esperança duradoura que fortalece a fé da pessoa e a dá coragem para seguir adiante apesar de qualquer dificuldade que encontrar.
O Presidente Dieter F. Uchtdorf, segundo conselheiro na Primeira Presidência de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em sua mensagem intitulada O Poder Infinito da Esperança, proferida na Conferencia Geral de outubro de 2008, reconta esta historia de sua juventude, de como sua mãe colocou a sua fé e esperança em ação:
“Quase no final da Segunda Guerra Mundial, meu pai foi convocado pelo exército alemão e enviado para o front ocidental, deixando minha mãe cuidando sozinha da família. Embora eu tivesse apenas três anos de idade, ainda me lembro daquela época de medo e fome. Morávamos na Tchecoslováquia e, a cada dia, a guerra se aproximava e o perigo aumentava.
Finalmente, durante o frio inverno de 1944, minha mãe decidiu fugir para a Alemanha, onde os pais dela moravam. Ela nos reuniu e conseguiu de alguma forma nos colocar em um dos últimos trens de refugiados rumo ao ocidente. Viajar naquela época era perigoso. Onde quer que fôssemos, o som das explosões, os rostos tensos e a fome onipresente nos lembravam de que estávamos em uma zona de guerra.
Ao longo da viagem, o trem parava de vez em quando para obter víveres. Certa noite, durante uma das paradas, mamãe saiu apressadamente do trem para procurar comida para seus quatro filhos. Quando voltou, constatou com horror que o trem e as crianças haviam partido!
Sufocada pela preocupação, ela encheu o coração de preces desesperadas. Procurou freneticamente na enorme e escura estação de trens, atravessando os numerosos trilhos, sem perder as esperanças de que o trem não tivesse partido, apesar das evidências.
Talvez eu nunca venha a saber tudo o que se passou no coração e na mente de minha mãe naquela escura noite enquanto ela procurava seus filhos em uma fria estação ferroviária. Não tenho dúvida de que ela estava aterrorizada. Com certeza lhe passou pela mente que, se não encontrasse o trem, talvez nunca mais visse os filhos novamente. Sei com certeza disto: sua fé sobrepujou o medo e sua esperança sobrepujou o desespero. Ela não era uma mulher que ficaria sentada lamentando a tragédia. Ela agiu. Colocou sua fé e esperança em ação.
Assim, ela correu de trilho em trilho e de trem em trem até finalmente encontrar o nosso. Ele havia sido removido para uma área remota da estação. Lá, finalmente, ela reencontrou os filhos”.
Assim como a mãe do Presidente Uchtdorf, indiferente dos desafios que uma pessoa possa enfrentar na vida, é preciso colocar nossa fé e esperança continuamente em ação com o conhecimento que o Salvador nunca nos deixará ou abandonará, e não importa o que aconteça, tudo ficará bem. Nas palavras do Apostolo Paulo, uma pessoa deve sempre alegrar na esperança e ser paciente na tribulação, perseverando na tribulação (Romanos 12:12). Paulo também ensinou os seguidores conforme registrado em Romanos 5:1-5:
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.
Como parte de perseverar na vida mortal devemos enfrentar nossos desafios, dificuldades, aflições e adversidades. Às vezes pode parecer que o fardo da vida está muito difícil de suportar e que toda a esperança esvaiu-se. Mas a esperança não se esvai. O evangelho de Jesus Cristo permite que uma pessoa encontre paz, conforto e esperança em qualquer circunstância. O próprio Salvador prometeu: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27). Alguém pode dizer “como pode haver paz e esperança na situação em que estou?”. A resposta para esta pergunta é que pode haver paz e esperança porque Seu perfeito amor lança fora toda a dúvida e medo (ver João 4:18).
“Por meio de Cristo aprendemos a ser obedientes, mesmo quando é doloroso, como o foi para Ele no Getsêmani. Aprendemos a servir os outros, mesmo quando é inoportuno, como certamente foi “inoportuno” para Ele na cruz do Gólgota. E aprendemos a confiar no amor de Deus, mesmo quando sentimos que Deus nos abandonou — pois quando triunfamos pela fé, esses momentos de dor e amargura da nossa vida podem tornar-se como os degraus da escada de Jacó, que nos levarão à presença celestial de Deus (ver Gênesis 28:12-13)” (Elder Johann A. Wondra, “Encontrando Esperança em Cristo“, A Liahona, dezembro 2002).
A esperança real e duradoura está alicerçada e centralizada no Senhor Jesus Cristo. Ele é o Salvador e Redentor do mundo. Ele é o Bom Pastor, e o Grande Provedor, a Rocha Eterna, o Sustentador da vida neste momento e a Esperança de todos os amanhãs. Ele deixa essa promessa abençoada: “Porque as montanhas desaparecerão e os outeiros serão removidos, mas a minha benignidade não se desviará de ti nem será removido o convênio da minha paz, diz o Senhor que se compadece de ti” (Livro de Mórmon: Outro Testamento de Jesus Cristo, 3 Néfi 22:10).