Era perigoso para Jesus todas as vezes que ele se aventurava a ir a Jerusalém. Jerusalém era o centro da ortodoxia judaica, o lar dos Fariseus, que não aceitavam nenhum desafio das suas ideias. Era também o centro do domínio romano do reino de Judá e os saduceus (pense no “dinheiro antigo”, os sofisticados da cidade da classe dominante judaica) haviam comprado suas posições na vida religiosa e social dos romanos. Os seguidores judeus estavam começando a chamar Jesus de “Rei dos Judeus”, ameaçando ruir a hierarquia governante.
Ainda assim, Jesus tinha uma mensagem importante a transmitir durante a última Festa dos Tabernáculos (o feriado judaico de Sucot, ou Cabanas), realizada no outono que antecedeu a Sua crucificação na primavera seguinte. Lembre-se que a Lei de Moisés foi ditada por Cristo, como Jeová, e registrada no Velho Testamento. A lei e tradições orais contem muitos de Seus procedimentos com os Israelitas que não estão registrados nas escrituras. Durante o Êxodo dos Israelitas para o Egito, Jeová ordenou sete convocações sagradas centradas no templo. As imagens desses dias santos não só testemunharam o Cristo que estava por vir, mas estabeleceu o futuro das relações religiosas de Deus com os Seus filhos.
O ano começou novamente com a Páscoa, representando Jesus Cristo como Salvador e Redentor e o Seu sacrifício. Contido dentro do festival de Páscoa que durava oito estavam a Festa dos Pães Ázimos (Jesus é o Pão da Vida) e “Bikkurim” (“Filho de honra”), simbolizando Cristo como as primícias da ressurreição. Após estas comemorações, a região entra em um momento de medo e trepidação, quando as colheitas são plantadas, e as pessoas não sabem se as brisas nutritivas do Mediterrâneo vão trazer ar frio e chuva, ou os ventos da Arábia (“Sharav”) trarão poeira, areia, calor e seca. No meio do verão, a festa de Shavuot (festa das semanas, 49 dias após a Páscoa) simboliza o dom de escrituras e do Espírito Santo para atualizar-nos e orientar-nos como filhos de Deus que caminham pelo deserto.
Com sorte, os filhos de Israel foram sustentados durante a estação seca para chegar à colheita final no outono, à iminência de mais seis meses de chuva nutritiva. Tal como acontece com os oito dias da Páscoa, que começam com a oferta do cordeiro da Páscoa, a observância de sete dias dos pães ázimos, e a oferta de onda que representa uma colheita de almas, os feriados do outono se espelham na primavera. Assim como a temporada da Páscoa simboliza o nascimento, o ministério, a crucificação e ressurreição de Cristo, os feriados do outono representam Sua Segunda Vinda e o julgamento final.
Preparando para o Julgamento
O primeiro feriado do outono é o Rosh HaShanah “Cabeça do Ano”. Embora o Senhor tenha mudado o início do ano para Nisan, na primavera, a Páscoa, Rosh HaShanah continuou a ser a cabeça do ano civil para os judeus e a celebração da criação da terra. Com o julgamento iminente, trombetas (shofarim, ou chifres de carneiro) soavam das muralhas do templo como um lembrete para os judeus acordar, levantar, e reunir, pois a separação dos justos e dos ímpios estava prestes a acontecer. Os judeus desejavam “boa assinatura — que seu nome seja escrito no Livro da Vida” uns aos outros.
Após o Rosh HaShanah vem dez dias de arrependimento amargo e introspecção chamado Dias de Reverência. Vá até o seu irmão e reconcilie-se; pague suas dívidas; faça restituição àqueles a quem ofendeu. Os Dias de Reverência terminam com o Yom Kippur, “Dia da Expiação”, quando os pecados de alguém são “cobertos”. Nos dias do templo, havia sangue por todo lado e o simbolismo do sangue expiatório do Cristo que estava por vir era evidente. Somente neste dia, o sumo sacerdote podia entrar no Santo dos Santos, para borrifar o sangue do sacrifício. Os pecados de Israel eram transferidos para o bode expiatório.
Então vem a imagem espelhada da semana santa da Páscoa, com seu “Grande Último Dia”, o reverso do primeiro dia dos feriados da primavera, o sacrifício do cordeiro pascal. Os judeus construíram e ainda constroem tendas que são propositadamente frágeis. Os filhos de Deus não precisam de nenhuma outra proteção a não ser sua fé. As tendas representam a natureza temporária de seus acampamentos no deserto, mas também o templo e o pavilhão de Deus no céu. O alto das tendas são feitas de ramos montados tão frouxamente que é garantido que verá o céu quando olhar para cima. Nesse período começam as orações por chuva e os são abertos para a vinda do Messias. Este é o julgamento final. Sacerdotes fazer circuitos ao redor do altar do templo, agitando folhas de palmeira – a entrada triunfal assegurada.
É muito tarde agora para nos arrepender, pois o julgamento final está sobre nós. Somos alegres; temos sido reunidos com os justos.
Neste momento, o monte do templo estava iluminado com menorah enormes em chamas. Uma multidão de pessoas subiam as escadas para o templo. E lá estava Cristo, diante destas lâmpadas, dizendo: “Eu sou a luz do mundo” (João 8:12-36). E juntando-se a libação de água anual, declarou-se a água viva.
Cristo se declarou como o Filho de Deus, ensinando as pessoas que fizeram peregrinação ao templo vindas de longe. Ele disse:
A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou… Clamava, pois, Jesus no templo, ensinando, e dizendo: Vós conheceis-me, e sabeis de onde sou; e eu não vim de mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis. Mas eu conheço-o, porque dele sou e ele me enviou. (Ver João7)
No espírito de julgamento condizente com a temporada, Jesus perdoou a mulher apanhada em adultério. (ver John 8:4–6).
Jesus se declarou nestes festivais. Embora muitos em Jerusalém tenham desejado matá-lo e sua presença na cidade causou grande polêmica, certamente muitos foram convertidos pelo aparecimento de Cristo e dos testemunhos que prestou de Si mesmo, especialmente à luz do simbolismo dos feriados, que foram criados como um símbolo Dele.
Recursos Adicionais:
mormon.org/por – um dos sites oficiais de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias